Emily Brontë morreu cedo demais. Aos 30 anos, a escritora de ‘O Morro dos Ventos Uivantes’ deu seus últimos suspiros de vida, deixando para trás, porém, uma das obras mais relevantes (e lidas) do século XIX. Sua história é contada e imaginada em ‘Emily’, onde Emma Mackey (‘Sex Education’, da Netflix) interpreta essa escritora em sua juventude. Ainda que muitos aspectos de sua vida sejam imaginados, já que há poucas informações sobre a autora, é interessante mergulhar no que há por trás desse livro e, principalmente, é inspirador conhecer melhor uma figura tão marcante e importante. Só é uma pena que a diretora e roteirista estreante s O'Connor não traga nada muito original em seu formato, apostando naqueles elementos básicos de cinebiografias.
‘Luther’, com Idris Elba (‘Netflix, com suas cinco temporadas sendo bastante celebradas. Agora, Elba volta ao papel desse detetive com comportamento obsessivo no filme ‘Luther: O Cair da Noite’. Mesmo com o filme exagerando às vezes, querendo se tornar desesperadamente uma espécie de James Bond, o longa entrega o que precisa e mostra que ainda há muita força em Luther.
Quando ‘Wes Craven com a franquia havia permanecido com os filmes originais e que não haveria mais boas ideias a serem aproveitadas. Só que não foi bem assim: o longa-metragem foi bem de bilheteria e ainda agradou boa parte da crítica especializada. Agora, ‘Pânico VI’ chega com aquela necessidade de ser “mais”: mais violento, mais intenso, mais emocionante. Mais tudo. E é justamente nessa necessidade, além de todas as idiossincrasias da sequência de uma “requel”, que o filme se apoia. Obviamente, o anterior é mais criativo, fresco e original, mas este sexto capítulo ainda consegue divertir. O diferencial fica no estilo do Pânico que, não só está em uma pouco identificável Nova York (o ponto baixo do filme), como também é mais violento. Usa armas em um momento, dá estocadas violentas com a faca. Tudo isso para contar, novamente, a história de Sam (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega), que tentam sobreviver após os primeiros ataques que sofreram na pequena Woodsboro. E, no final, é exatamente isso que o público quer: mais, mais e mais. Pode até soar exagerado, mas essa é a essência e alma de Pânico, que dá tão certo desde os anos 1990. E, cá entre nós, já estou preparado para ‘Pânico VII’.
De todas as obras autobiográficas de cineastas dos últimos anos (‘Leia mais sobre ‘Os Fabelmans’ em nossa análise.
O caso Harvey Weinstein entrou para os anais da indústria cinematográfica como um dos mais chocantes. Afinal, após uma rigorosa e profunda apuração de jornalistas do ‘The New York Times’, descobriram que o poderoso chefão da Miramax assediava atrizes e funcionárias há anos, tanto sexual quanto emocionalmente. Uma bomba em Hollywood, que deflagrou o movimento #MeToo. Em ‘Ela Disse’, a cineasta Maria Schrader (‘O Homem Ideal’, ‘Nada Ortodoxa’) se aprofunda justamente na apuração das jornalistas Megan Twohey (Carey Mulligan) e Jodi Kantor (Zoe Kazan), que enfrentam toda a pressão dessa indústria e, contrariando tudo e todos, conseguem descobrir detalhes sobre o que Weinstein fazia nos bastidores há décadas. Ainda que um pouco repetitivo em sua essência e estrutura, um filme importante que detalha um dos momentos mais emblemáticos da indústria do cinema e que mostra como as vozes das mulheres podem e devem ser ouvidas. Só fica um gosto amargo na boca quando sobem os créditos e o público vê que Brad Pitt, acusado de ter agredido a ex-esposa Angelina Jolie, é um dos produtores. Com isso, logo fica dolorosamente perceptível como o mundo mudou, mas nem tanto.