Jafar Panahi é um diretor banido em sua própria terra natal, mas que usa como ninguém essa limitação para fazer um filme que não é um filme. É muito além disso: um retrato de uma sociedade.
Jafar Panahi, premiado diretor iraniano conhecido por ‘Táxi Teerã’ e outras produções, traz aqui seu olhar para a história de uma jovem que foi proibida de cantar pelas autoridades iranianas. Em ‘Escondida’, Panahi faz uso de dois celulares e uma boa dose de expressão - ou no caso repressão - cultural para dar voz à uma mulher que perdeu a sua voz devido ao regime de seu país. Essa história acaba se aproximando da própria vida do diretor, que foi proibido de fazer filmes no Irã. Por conta disso, torna-se ainda mais inspiradora. Jafar Panahi revela que não vai parar de fazer sua arte e traz em suas produções um pouquinho do que é ser marginalizado dentro de uma profissão e/ou uma região específica. O curta-metragem originalmente faz parte da coletânea ‘Celles qui chantent’, de um programa da Opéra de Paris, onde a voz feminina é o foco de pequenos filmes feitos por Panahi, Sergey Loznitsa, Julie Deliquet e Karim Moussaoui.
O aclamado diretor iraniano Jafar Panahi foi preso antes do lançamento de seu mais recente filme, 'Sem Ursos', no Festival de Veneza em 2022. Ele ou sete meses na prisão e foi colocado em prisão domiciliar após fazer greve de fome. O filme retrata duas histórias de amor paralelas, permeadas por obstáculos ocultos e inevitáveis, a força da superstição e a mecânica do poder. Com uma abordagem sensível e profundamente humana, "Sem Ursos" é um filme que desafia constantemente os limites do cinema e traz reflexões importantes sobre a vida e o amor.