Inspirado no livro homônimo, escrito por R.C. Sherriff, 'A Última Jornada', acompanha um grupo de soldado ingleses durante a Primeira Guerra Mundial. O filme mostra diversas cenas claustrofóbicas com a realidade das lutas contras os alemães nas trincheiras. Apesar de não ser tão emotivo quanto o livro, continua sendo uma bela adaptação.
O diretor Sam Mendes (de ‘Beleza Americana’ e ‘007: Operação Skyfall’) se inspirou nas histórias contadas pelo avô, Alfred Mendes, para mergulhar fundo na trajetória de dois soldados britânicos que precisam am pelo front alemão, em plena Primeira Guerra Mundial, com a missão de entregar uma mensagem importante a um general Aliado. Tudo isso feito em longos takes de cerca de oito minutos, dando ao espectador a impressão de um grande plano sequência, (quase) sem interrupções - tal qual Alfred Hitchcock fez em ‘Festim Diabólico’. Ainda que não se e, exatamente, em tempo real, o longa-metragem traz uma sensação extrema de realidade, enquanto nos envolve com uma história amarga e impactante. Afinal, guerras apenas causam a morte dos inocentes e dos corajosos que entram em batalha, enquanto aqueles que puxam as cordas estão distantes do sangue e do calor das bombas. O filme é temperado por uma bela fotografia (principalmente no trecho noturno) e um time de atores britânicos de primeiro escalão, com nomes como Andrew Scott, Benedict Cumberbatch, Colin Firth e Mark Strong, entre outros. Porém, quem chama mais atenção é mesmo a dupla de protagonistas: Dean-Charles Chapman (‘Game of Thrones’) e George MacKay (‘Capitão Fantástico’). Esta é uma grande experiência cinematográfica, que precisa ser assistida de forma imersiva, sem pausas ou interrupções. No Globo de Ouro, Sam Mendes levou o prêmio de melhor diretor e o filme também venceu na categoria de melhor drama. Além disso, Thomas Newman foi indicado para melhor trilha sonora original.
Filme tão espetacular quanto produções como ‘O Resgate do Soldado Ryan’ e ‘Dunkirk’, ‘Nada de Novo no Front’ chama a atenção, principalmente, pelo mergulho que Edward Berger (‘Jack’) consegue promover, colocando o espectador no coração dos embates da Primeira Guerra Mundial. O foco é principalmente a jornada de um jovem soldado alemão na frente ocidental, enfrentando as terríveis experiências que irão lhe marcar pelo resto da vida. Vale assistir com foco total no filme, som no máximo, para absorver toda a emoção.
Glória Feita de Sangue (Paths of Glory) é um dos primeiros filmes dirigidos por Stanley Kubrick, baseado no romance antibélico homônimo de Humphrey Cobb. A trama segue um coronel (Kirk Douglas) que tenta defender seus soldados das acusações de covardia em uma corte marcial, após eles se recusarem a continuar lutando no norte da França, durante a Primeira Guerra Mundial. Embora tenha sido polêmico na época para alguns setores do público europeu, que não gostaram do retrato cínico das autoridades militares sas, o filme foi aclamado pela direção prodigiosa de Kubrick (então com apenas 29 anos), com um roteiro coescrito por ele que também revelava seu peculiar e sutil senso de humor ao representar esse cinismo com ironia e certa frieza.
Existem vários O Senhor dos Anéis). Usando depoimentos de veteranos britânicos sobreviventes, com filmagens restauradas e colorizadas digitalmente, além da adição de efeitos sonoros e diálogos (reconstruídos com a ajuda de especialistas em leitura labial e atores de dublagem), o documentário nos aproxima das vivências e ilusões dos homens que partiram para a guerra, muitos dos quais jamais voltaram. É uma ironia que se trate de um filme realizado com tanta intervenção da tecnologia digital e outras técnicas modernas. No entanto, Jackson não perde de vista a história que precisa ser contada: não de personagens específicos, mas de uma coletividade de homens com ideais e sonhos que foram lançados em uma guerra tão brutal quanto absurda.