Possivelmente é o título que mais vai marcar presença nas listas de melhores filmes de 2022, e a verdade é que concordamos. ‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’ é o espetáculo hiperativo e formalmente anárquico típico do ecossistema midiático de nosso tempo, mas que consegue imprimir em seu frenesi visual uma história maravilhosa sobre o horror, o absurdo e a beleza de ser uma pessoa comum em meio ao vazio do universo. Você pode ler mais sobre ele em nossa crítica. – Lalo Ortega
Dirigido apenas por Joel Coen, que geralmente conta com a presença do irmão Ethan, essa adaptação da clássica história de Shakespeare ganha contornos poéticos com uma direção de arte e fotografia que amplificam a experiência e deixam tudo mais interessante. Isso sem falar das atuações de Denzel Washington e s McDormand, que apenas engrandecem ainda mais um filme que já tinha tudo pra dar certo -- apesar da esnobada injusta no Oscar de 2022. Leia mais em nossa análise do filme. – Matheus Mans
Asghar Farhadi, ganhador do Oscar de melhor filme internacional por ‘A Separação', é um excelente dramaturgo, que baseia sua obra em apresentar intrincados dilemas morais, onde o entendimento de certo e errado se desenvolve ao percorrer de seus filmes, nos questionando continuamente e despindo seus personagens de uma interpretação maniqueísta. A beleza de 'Um Herói' jaz justamente em sua composição, que é crua e honesta. Todos os personagens são compreensíveis, e todos os dilemas são relacionáveis. O trabalho sobre o drama é composto de maneira magistral e com uma linguagem universal, que dialoga diretamente com qualquer espectador. Uma aula de linguagem cinematográfica, do poder do uso da imagem e forma narrativa para construir um drama social potente e profundamente humanizado. Clique aqui para ler a crítica completa. – Miguel Possebon
Empoderamento feminino, representatividade preta, africana, e um enredo épico e muito bem construído. Essa poderia ser a descrição tanto de ‘Pantera Negra 2’ quanto de ‘A Mulher Rei’, ambos filmes que marcam presença nesta lista. ‘The Woman King’, no original, traz a incrível Viola Davis como a General Nanisca, líder do Agojie, um grupo de mulheres guerreiras encarregadas de proteger o reino de Daomé na África Ocidental na década de 1820, quando uma tribo vizinha maior e mais poderosa começa a sequestrar cidadãos para vender a traficantes de escravos europeus. Não à toa, as Agojie eram reais e foram a inspiração para as Dora Milaje de ‘Pantera Negra’. Dirigido por Gina Prince-Bythewood (‘The Old Guard’), ‘A Mulher Rei’ é um filme rico, tanto em termos de entretenimento e arte quanto de significados culturais. E vale cada minuto de suas 2h14. – Vitória Pratini
Em breve nos cinemas. Falar sobre arte, sua moralidade, a dos artistas que a criam e a separação (ou não) de ambos, costuma ser um assunto espinhoso hoje: as posições tendem a ser radicais, polarizadas ainda mais pelas bolhas das redes sociais. Com Tár, o diretor Todd Field nos conta a história de uma eminente maestrina (Cate Blanchett) e suas questionáveis decisões pessoais, convidando-nos a pensar em uma alternativa: que as respostas não são tão fáceis. O mundo da arte é cheio de contradições, e nada melhor do que ver Blanchett se imolar em um dos papéis de sua carreira para refletir sobre isso e tirar nossas próprias conclusões. E falamos mais a fundo sobre como ‘Tár’ questiona a moralidade dos artistas. – Lalo Ortega