Após o inesperado sucesso de ‘Homem-Aranha: No Aranhaverso’, a sequência busca ampliar o universo – e, quem sabe, garantir ainda mais filmes e séries. Em ‘Homem-Aranha: Através do Aranhaverso’, Miles Morales, queridinho do público e que consegue ser ainda mais divertido e interessante do que Peter Parker, está ando pelo processo de crescimento. É o meio da adolescência, ele começa a ficar cada vez mais adulto. Afinal, ele viu sua vida se transformar com a picada de aranha que lhe deu poderes e, agora, tenta conciliar isso com a consciência de que há um universo paralelo com Gwen, a Mulher-Aranha que conquistou o coração do rapaz de Nova York. Ainda que seja bem menos inspirado do que o anterior, principalmente por conta do tom comercial que toma espaço na história, o longa-metragem continua com um protagonista apaixonante (Miles é bem melhor do que Peter!) e, acima de tudo, com uma estética que deixa qualquer um de boca aberta. A história acaba se anulando para servir de escada para o terceiro filme da franquia, Beyond the Spiderverse, deixando o melhor pra depois. Falta força. Ainda assim, é um filme essencial para quem gosta da franquia e que quer se maravilhar com a estética.
Dentro de toda a saga de John Wick, há algo que podemos afirmar sobre sua quarta entrega: é mais grandiosa, exagerada e insana comparada às suas predecessoras, mas também bastante mais longa. Em John Wick 4, o protagonista (Keanu Reeves), mais uma vez, deve enfrentar o mundo inteiro, com cada vez menos aliados ao seu lado para vencer a Alta Cúpula do mundo dos assassinos e finalmente ser livre. Devido à sua duração, pode ser um pouco cansativa e algumas cenas esticam ao limite a pouca credibilidade de suas sequências de ação. No entanto, essas últimas são realmente espetaculares e, sem dúvida, estão entre as melhores não apenas da franquia, mas de todo o cinema de ação contemporâneo.
Ainda que tenha se estendido demais em seu último capítulo, a Jogos Vorazes é bem fechada, com uma boa história de desenvolvimento da jornada de Katniss (Jennifer Lawrence). Agora, permanecendo no mesmo universo, acompanhamos em Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes a história do maior vilão da saga: o presidente Snow. Não mais na velhice, interpretado por Donald Sutherland, mas em sua juventude, agora interpretado pelo talentoso Tom Blyth. É uma história de criação de personalidade, em que acompanhamos esse personagem tão odiado em desenvolvimento — desde a infância dura, até o brilhantismo na juventude e o romance complicado Lucy Gray (Rachel Zegler, o ponto fraco do filme). O cineasta Francis Lawrence, que comandou todos os outros filmes da franquia, retorna à cadeira de diretor e faz um bom trabalho, trazendo elementos que já fizeram sucesso (como os jogos, a melhor cena do filme) com outras novidades, como cenas musicais inesperadas.
Parece que Tom Cruise não tem freios: O Enigma de Outro Mundo digital, em que ninguém pode confiar em ninguém fora do mundo real ou analógico, a paranoia toma conta da história, em uma das tramas mais desesperadoras da saga Missão: Impossível – nem sentimos as mais de 2h40 de projeção do filme. E o longa-metragem ainda conta com algumas cenas de ação espetaculares, como o salto de Tom Cruise de um desfiladeiro e uma cena desesperadora dentro de um trem, onde Hunt e Grace, uma ótima nova personagem interpretada por Hayley Atwell (Agente Carter), precisam sobreviver enquanto partes do trem despencam.