Bernadette: A Mulher do Presidente (Bernadette) é uma comédia inspirada em eventos reais, estrelada pela icônica Catherine Deneuve (A Bela da Tarde), que narra a ascensão política de Bernadette Chirac. A história segue sua trajetória como primeira-dama submissa, esposa de Jacques Chirac (interpretado por Michel Vuillermoz), presidente da França de 1995 a 2007. Cansada de ser ignorada em questões políticas e humilhada pelos casos amorosos de seu marido, Bernadette decide se reinventar, assumindo o controle de sua vida e de seu próprio poder. O filme simplifica alguns acontecimentos, que fluem na tela como um resumo de aula de história. Também pode parecer um pouco brando na apresentação de um feminismo que rompe com os valores conservadores da direita política sa. No entanto, o resultado é divertido, graças ao grande talento de Deneuve para a comédia.
Este é, sem dúvida alguma, o trabalho mais marcante da musa Catherine Deneuve e do diretor Luis Buñuel – e, quem sabe, um dos mais famosos representantes do cinema francês, ainda que dirigido por um espanhol. Baseado no romance ‘Belle de Jour’, de Joseph Kessel, o título é um trocadilho com “belle de nuit” (dama da noite, como ficou popularizado aqui no Brasil), um eufemismo para prostituta – só que Séverine, a personagem de Catherine, trabalha apenas durante a tarde. Outra curiosidade é que o figurino leva a de ninguém menos que do estilista Yves St. Laurent. O longa-metragem é sexual, surrealista e escandaloso, como bem cabe no trabalho de Buñuel. Vencedor do Leão de Ouro do Festival de Veneza, ‘A Bela da Tarde’ é o filme que qualquer apreciador do cinema de arte precisa ter assistido – nem que seja para ter a propriedade de dizer “não gostei”.
A segunda parte da trilogia romântica informal do cineasta francês Jacques Demy (começando com Lola), Os Guarda-Chuvas do Amor é a continuação da experimentação do diretor com a ideia de criar um musical total, onde canções substituem completamente os diálogos do começo ao fim, combinado com performances naturalistas como contraste para um design de produção extremamente colorido e artificial, quase adoçado. Para quem está acostumado à fórmula dos musicais hollywoodianos, isso pode parecer estranho, até desconfortável. No entanto, o efeito alcançado por Demy é uma emoção profunda e que, paradoxalmente, se sente menos artificial, perfeito para contar essa história sobre a sinceridade do primeiro amor de uma jovem (Catherine Deneuve) que é separada de seu amado namorado (Nino Castelnuovo) por sua alistamento para a guerra na Argélia, fazendo com que suas vidas tomem rumos trágicamente separados. Vencedora do Prêmio Palma de Ouro de Cannes, Os Guarda-Chuvas do Amor mantém-se como um dos musicais mais singulares da história.
Um dos filmes mais esquecidos do diretor Tony Scott (Top Gun) é também um dos mais originais, embora irregulares. Fome de Viver é um filme de terror erótico que devolve à figura do vampiro uma de suas características mais marcantes: a sensualidade. O ritmo é parcimonioso quase ao extremo, já que o diretor dá mais ênfase ao estilo e ao design de produção, que por si só são espetaculares (e que lhe valeram seu status de culto na cultura gótica). Claro, a imbatível tríade protagonista formada por Catherine Deneuve, David Bowie e Susan Sarandon transborda sensualidade na tela.