O filme mais recente de Wes Anderson é, em palavras simples, o "mais Wes Anderson" até agora. O diretor sabe disso, e em Asteroid City leva seu estilo idiossincrático ao extremo, em um filme sobre um programa de televisão sobre a criação de uma peça de teatro. No entanto, Anderson consegue encontrar a espiritualidade e a humanidade no seu artifício: seja através da arte ou da ciência, todos buscamos nosso lugar no universo e o significado de nossas vidas. Leia mais em nossa crítica completa. – Lalo Ortega, editor-chefe de Filmelier
Quando sentei na poltrona para assistir a Tia Virgínia, não tinha ideia do que iria encontrar. Li pouco sobre o filme e só sabia que Vera Holtz, que interpreta a personagem-título, estava fantástica. O fato é que saí transformado da projeção: o longa-metragem de Fábio Meira é um espetáculo do começo ao fim, falando sobre a beleza e a dor das relações familiares, os efeitos disso em uma pessoa machucada pelo tempo e, acima de tudo, como chegamos em um limite. Holtz entrega a melhor atuação feminina do ano, criando uma Tia Virgínia cansada, mas que precisa entregar um sorriso durante a véspera de Natal, quando recebe as irmãs, o cunhado e os sobrinhos para celebrar a data, enquanto a mãe das três irmãs não mais se comunica. É um filme potente, que, na superfície, pode parecer mais um filme de embates e brigas familiares, como Álbum de Família, com Meryl Streep. Mas, no fundo, é muito mais forte e interessante do que isso – Matheus Mans, editor do Filmelier.
Completamente ácido e irreverente, Clube da Luta Para Meninas (Bottoms) foi uma surpresa completamente inesperada entre as comédias do ano, mas também um resultado que não poderia ser diferente. O filme é dirigido por Emma Seligman, do ótimo Clube da Luta, o filme entrega romance sáfico, humor físico e uma deliciosa sátira adolescente como a tempos não lançava. Pra quem é fã de comédia esse é essencial. - Miguel Possebon, assistente de redação
Filme que chegou cercado de desconfiança nos cinemas, A Morte do Demônio: A Ascensão tinha tudo para ser mais uma história vazia, querendo apenas surfar na onda de direitos autorais. Mas não: o longa-metragem, mesmo que não tão bom quanto os originais, acertou com uma trama que assusta de verdade e não fica perdendo tempo tentando criar subtramas para transformar em um “terror elevado”. É terror e ponto final. O longa-metragem não tem Ash, tampouco Sam Raimi, mas ainda assim a essência da franquia está bem marcada na história da jovem que volta para a casa da irmã e acaba se deparando com a possessão de um demônio perigosíssimo. A partir daí, o diretor Lee Cronin ( de The Hole in the Ground), que também assina o roteiro, brinca com os mais variados medos do espectador, indo desde jump scares banais até violência gráfica. Não é um filme fácil de assistir, mas cumpre o seu papel: dá medo e deve deixar os fãs da franquia original se divertindo com as várias referências colocadas ali por Cronin – Matheus Mans
Como não falar do filme que trouxe Brendan Fraser de volta aos holofotes e lhe concedeu um Oscar de Melhor Ator? Dirigido por Darren Aronofsky (Mãe!, Cisne Negro), A Baleia não precisa de muitos personagens ou grandes cenários para contar uma história tocante e complexa — um tanto quanto depressiva, mas emocionante. A beleza está no ordinário. Fraser, no papel da sua carreira, e Sadie Sink, destaque de Stranger Things, exploram temas sensíveis de forma sutil e arrebatadora. — Vitória Pratini