Baseado em um best-seller mundial, A Cabana é daqueles filmes com um público bastante específico. Afinal, aqui, o diretor Stuart Hazeldine (Exame) navega em um história de luto, perda e depressão para falar de religiosidade. No caso, um pai (Sam Worthington) que busca lidar com a morte repentina da filha. Emocionante e profundamente imerso em temas como fé, religiosidade e crença, o longa-metragem tenta não ar batido pelo espectador, trazendo lições de vida e luto ao longo de suas mais de duas horas. Algumas pessoas, sem dúvidas, vão embarcar na proposta e se emocionar profundamente com a jornada desse pai. Outros, porém, vão se cansar rapidamente do excesso de "moral da história" no longa-metragem. Mas, de um jeito ou de outro, é inegável: A Cabana é um filme reflexivo, profundo e emocionante, que deve gerar algum tipo de pensamento enquanto os créditos sobem.
O diretor Wagner Assis, de A Menina Índigo, retorna à doutrina espírita – porém, desta vez, com um relato histórico. Kardec conta a trajetória de Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec, famoso justamente por codificar, sistematizar e propagar a doutrina ainda na França de meados do século 19. A biografia é extremamente bem intencionada e bem dirigida, feita na medida para agradar a comunidade espírita ou quem busca conhecer mais sobre o kardecismo – ainda que, como filme, fique devendo um envolvimento maior entre espectador e personagens, já que os protagonistas foram retratados como figuras históricas colocadas em um pedestal.
José Pedro de Freitas ou, simplesmente, Zé Arigó é o nome de um dos maiores médiuns do país. Ao lado de Chico Xavier, ele levou o espiritismo para o Brasil profundo e difundiu a base da doutrina espírita no interior de Minas Gerais – que, também, se tornou um polo da fé no país. Sua história, em detalhes, é contada em Predestinado, drama que se aprofunda na vida de Arigó, em sua fé e na mediunidade. Com direção de Gustavo Fernández (das novelas Cordel Encantado e Avenida Brasil), o longa-metragem fala, principalmente, sobre os conflitos de Arigó, a relação com a esposa Arlete (Juliana Paes) e, é claro, como ele se transformava quando encarnava o Dr. Fritz. O único problema fica com a falta de uma clareza maior sobre as cirurgias espirituais, principalmente em tempos de negacionismo e após os ocorridos com João de Deus, considerado um dos principais discípulos de Arigó.
Filme cristão na linha do bem-sucedido De Repente 30).
Ainda que tenha nascido na França, Allan Kardec exerce uma profunda influência na fé e nas crenças do povo brasileiro. “Pai do espiritismo”, ele ajudou a fundar algumas das teses dessa religião no país, ancorando toda uma crença de um povo. Em Em Busca de Kardec: O Filme, acompanhamos um cineasta buscando respostas sobre a morte de sua filha nos os de Allan Kardec -- ando por Brasil, França e Suíça. É uma jornada de dor e de luto, mas também é um sopro de esperança e de autoconhecimento enquanto vemos a transformação desse protagonista-cineasta. Destaque também para as entrevistas realizadas, que devem deixar qualquer seguidor do espiritismo kardecista inspirado.